segunda-feira, abril 5

Como foi o XTerra


Realmente a filosofia deste circuito, que pela primeira vez teve uma etapa em Portugal, é bastante radical e ofereceu-nos uma prova que me fez superar algumas capacidades, principalmente no BTT onde eu sou muito "passarinho".
Cheguei na sexta-feira à Figueira da Foz e depois de levantado o dorsal fui experimentar o percurso de BTT. As dificuldades foram muitas e vi logo o meu destino traçado: 10% do circuito não era para ser feito em cima da bicicleta. O percurso muito técnico oferecia uma variedade de terrenos que certamente os amantes desta modalidade gostaram, mas eu muitas vezes não pude desfrutar da beleza da zona, porque estava demasiado ocupado em manter-me em cima da bike ou em a levar às costas. Valeu o jantar na Quinta da Salmanha que estava muito bem confeccionado e num ambiente acolhedor (boa escolha da organização).
Veio uma noite de temporal em que choveu imenso e eu pensava que os trilhos deveriam estar piores quando fosse para a prova.
No sábado levanto-me para ver a prova de lazer e foi triste ver apenas 13 candidatos na partida... Deveriam estar mais de 50 pessoas na organização a garantir a segurança dos percursos e apenas aqueles atletas!!!! (algo correu mal na promoção desta prova)
No entanto esta prova deu para ver que a natação também iria levantar alguns problemas, pois as correntes no Mondego complicaram de tal forma que 5 ou 6 atletas foram obrigados a voltar de barco sem conseguir cumprir a volta à bóia na margem esquerda.
Aguardei a chegada dos colegas da minha equipa (Sica e Mário) e lá começamos a tratar das coisas para dar entrada no PT. Ainda deu tempo para mostrar o areal onde se iria desenrolar a corrida e a primeira subida e ponto de retorno do BTT.
Preparados para a partida lá fomos avançando para o rio... Uuuuuuuuiiii quando a água tocou no meu pé decidi não fazer aquecimento dentro de água. 13 graus não dá para entrar e voltar a sair que era o que os juízes já tinham informado. Mais vale arrancar sem aquecimento... Os primeiros 100m à morte para conseguir estabilizar a temperatura corporal e depois entrar no meu ritmo. Mesmo com algumas correcções de trajectória, por causa da corrente, fiz o meu normal: 27 minutos. Nem dei pelos aguaceiros fortes que caíram entretanto.
Arranque para o BTT e metendo o meu passo "calmo" foi obrigado a encostar várias vezes para deixar passar o pessoal craque nestas andanças, mas que nadaram mais devagar. Cerca de uma hora para a primeira volta e não desanimei porque estava à espera de pior. A segunda volta foi completamente solitária e já com as pernas pesaditas, mas concluí com 2h04. Mudança para a corrida que já sabia bem difícil - correr em areia solta não é pêra doce quando se tem 82kg - e fui ultrapassando os obstáculos do percurso (escadas, troncos, valas, etc) com bastante cuidado porque os músculos já estavam a gemer. Os 4 kms de areal foram penosos, mas já só via a meta na minha frente. 52 minutos para a corrida, 3h26m para o total e a refrescante sensação de ter feito o triatlo mais difícil até hoje. Quando concluir um IM logo vos conto :-)

Age Groups do PENICHE AC:
44º Paulo Sequeira 3h06.24 (12º M35-39)
64º Mário Sousa 3h24.15 (6º M45-49)
68º Paulo Santos 3h26.38 (7º M45-49)


Vídeos do Sica e do Mário

3 comentários:

João Correia disse...

Bom, antes do mais parabéns aos três pela prova que fizeram. Ler a tua crónica fez-me recordar aquele anúncio do passado, que dizia que havia sempre um Portugal desconhecido que esperava por nós; neste caso será um triatlo desconhecido que sempre nos surpreenderá. Espero que tenha valido a experiência.
Forte abraço.

sica disse...

Pontos preciosos para a Taça Porterra, já estamos à frente de muitas equipas de topo, e já vão 3.

sica disse...

Ninguém para o Peniche AC, já somamos 300 pontos na Taça Porterra e estamos em 6º, à entrada do TOP 5 Nacional.