quinta-feira, maio 31

Márcio Neves a caminho do Hawaii

Como muitos de vós já sabem, o atleta do PENICHE A.C. Márcio Neves carimbou, com a sua participação no ironman de Lanzarote, o passaporte para estar presente no campeonato do mundo que se irá realizar em outubro na mítica praia de Kailua-Kona.
No dia 19 de maio, ele e o seu irmão Valdo, alinharam na partida do ironman de Lanzarote, onde tiveram desempenhos de grande nível.
Márcio não deu hipóteses à concorrência e concluiu com o 1º lugar do seu escalão, obtendo assim uma vaga para participar no campeonato mundial de ironman.

IRONMAN LANZAROTE (Canárias - Espanha)
19.05.2012
Distâncias: 3800m de natação, 180km de ciclismo e 42,2km de corrida
14º Márcio Neves 9h29:19 (1º M25-29)
90º Valdo Neves 10h17:37 (24º M30-34)

Aproveitámos a ocasião e resolvemos entrevistar o Márcio num momento em que ele conseguiu alcançar este enorme objetivo.

Quando começaste a praticar triatlo?
Comecei a praticar triatlo em 2007 depois de tanto ouvir falar no fenómeno Vanessa Fernandes que ganhava a tudo e todos nessa época.
O que te aliciou neste desporto?
O facto ser um desporto de resistência e não de velocidade, e nas provas de longa distância, que foi onde tive o primeiro contacto com a modalidade, serem provas muito duras fisicamente e psicologicamente.
Já praticavas outros desportos? Deixaste esses desportos?
Pratiquei futebol na infância e antes de me iniciar no triatlo participava em corridas de atletismo amadoras.
Quantas horas treinas por semana em cada modalidade?
Dependendo se estou em treino rotina ou treino de preparação para alguma prova longa, pode variar desde 20h a 40h semanais. Por exemplo 5h de natação, 6h de corrida e nunca menos de 10h de ciclismo por semana.
Como consegues conciliar o trabalho, a família e o treino?
No meu caso, o trabalho não é difícil conciliar com os treinos porque como sou militar, para além do tempo livre para treinar, ainda tenho no horário de trabalho 1h30 para treinar 3 vezes por semana. Tempo este que a maior parte dos atletas amadores não tem no seu trabalho.
Quanto à família, tento sempre ter em mente que para treinar bem e forte, é preciso estar bem com a vida e para isso tenho que ter um bom ambiente familiar também. Se pretendo ir passear com a minha esposa mas tenho um treino importante nesse dia, nada como levantar de madrugada cedo para iniciar o treino, ir passear e ao chegar voltar a treinar nem que seja ás 22h da noite.
Porque gostas da longa distância no triatlo?
Põe-me à prova não só fisicamente como mentalmente, claro que para isso contribuíram alguns resultados de relevo nesta distância que me motivaram e me levaram a focar mais neste tipo de provas.
Como correu a prova em Lanzarote? Cumpriste os objetivos?
Sim, correu muito bem, finalmente tive uma prova em que tudo saiu na perfeição.
Tinha uns tempos pré estabelecidos que sabia que tinha de cumprir se queria ter a certeza que conseguia o apuramento para o Campeonato do Mundo.
Na natação bati o meu record pessoal e ao sair da água vendo o tempo de 57 minutos fiquei logo ainda mais motivado, o ciclismo foi de uma dureza incalculável e apenas aos 150km quebrei um pouco psicologicamente porque comecei a ver que o tempo final não ia dar o que eu imaginava, mas já no final consegui melhorar e terminei com 5h22min. Na corrida que é o meu forte fiz uma excelente maratona com 3h01min em 42km em que nada me fez parar, melhorando o meu melhor tempo neste segmento também.
Terminei com o tempo final de 9h29min e já com alguma ideia de que tinha ficado muito bem classificado.
O objetivo era ficar nos 2 primeiros do meu escalão pois só esses lugares davam acesso ao Campeonato do Mundo e eu fiquei em 1º lugar.
Esperavas ser apurado para o Hawai?
O único objetivo de ir a Lanzarote fazer esta prova era só esse, sabia que estava bem treinado e que tinha potencial para o conseguir mas para isso teria que ter um dia perfeito mas apenas nos últimos 20km de corrida vi que era possível.
Projetos para o futuro?
Para um futuro próximo, quero bater o meu record pessoal de 9h29min já em Outubro no Campeonato do Mundo.
Depois disso, talvez ir em Maio de 2013 a Barcelona a uma prova com pouca concorrência (Ironcat) tentar uma subida ao pódio na classificação geral.
Como te sentes dentro da equipa do Peniche AC?
Fui muito bem acolhido pela equipa, temos um grupo consistente e mais forte do que no ano anterior.
Mas o que eu gosto mais no Peniche AC é que primeiro que a competição, está o bem-estar dos atletas e esta equipa é uma família em que todos nos ajudamos durante as provas, juntamo-nos para confraternizar depois das provas com as famílias e todos nos damos muito bem.

Obrigado Márcio!

1 comentário:

sica disse...

10 estrelas, cinco para cada mano, vocês são umas máquinas e ter companheiros de equipa deste calibre faz-nos acreditar que com muito trabalho e dedicação o impossivel é só uma questão de tempo.